Mirian Villa e Vinicius Cordeiro
26 de fevereiro de 2021, 11:51
Geraldo Bubniak/AEN
O governador Ratinho Junior (PSD) anunciou hoje que o Paraná entra lockdown a partir da 00h deste sábado (27). Em pronunciamento realizado no Palácio Iguaçu, na manhã desta sexta-feira (26), As regras do novo decreto valem pelos próximos nove dias, até 8 de março. Com isso, a circulação de pessoas está proibida entre 20h e 5h. No mesmo período também estão vetados a comercialização e o consumo de bebidas alcoólicas em espaços de uso público ou coletivo.
“Desde o início da pandemia, fizemos a opção de trabalhar de forma muito clara com a verdade. Muitas vezes dói. E a verdade hoje é que estamos no pior momento desse um ano de enfrentamento”, justificou o governador Ratinho Junior.
Neste momento, 94% das UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) da rede públicas estão ocupadas. Além disso, conforme o boletim estadual, são 628.999 casos confirmados e 11.380 mortes desde o início da pandemia.
A administração atribui a explosão casos às novas variantes da covid-19. Por isso, o objetivo das medidas mais duras em relação aos setores da sociedade tenta frear o contágio e impedir o colapso do sistema de Saúde.
“A velocidade das novas variantes é além da normalidade que estávamos enfrentando. Hoje o relato do prefeito de Matinhos é que já morreram mais pessoas nos dois primeiros meses de 2021 do que ano passado inteiro”, completou o governador.
O QUE MUDA COM O LOCKDOWN NO PARANÁ?
Beto Preto, secretário estadual da Saúde, alegou que o estado não pretende censurar ninguém. No entanto, é preciso dar um freio na movimentação das pessoas pelas cidades ao mesmo tempo em que os municípios vacinem os grupos prioritários.
“Não queremos falta de leitos, a pandemia está no seu momento mais duro. Os números estão escancarados para todos e por isso precisamos de mais uns dias de restrição. Ninguém aqui tem intenção de cercear”, afirmou.
Confira abaixo o que muda na vida dos paranaenses com o lockdown decretado no Paraná:
- suspensão do funcionamento dos serviços e atividades não essenciais;
- proibição de circulação em espaços e vias públicas, das 20h às 5h;
- proibição e comercialização e consumo de bebidas alcoólicas em espaços de uso público ou coletivo no período das 20h às 5h;
- suspensão das aulas presenciais em escolas estaduais, públicas e privadas, inclusive nas entidades conveniadas com o Estado do Paraná, cursos técnicos e em universidades públicas e privadas;
- adequação do expediente dos trabalhadores aos horários de proibição provisória de circulação definidos no decreto;
- atividades religiosas somente com atendimento individual ou culto on-line;
- regime de teletrabalho para órgãos do Estado;
- permitidos delivery. drive-thru e take away;
- priorização da substituição do regime de trabalho presencial para o teletrabalho, quando possível;
- suspensão das cirurgias eletivas por 30 dias para unidades públicas e privadas;
- intensificação da fiscalização para cumprimento das medidas;
PARANÁ TAMBÉM DIVULGA ABERTURA DE QUASE 100 NOVOS LEITOS
O novo decreto (leia a íntegra aqui) anunciado nesta sexta-feira (26) também comunica a abertura de 99 leitos de UTI e 153 leitos clínica para pacientes da Covid-19 no Paraná. Veja abaixo por região!
- Hospital Zona Sul de Londrina: 30 LEITOS CLÍNICOS;
- Hospital Zona Norte de Londrina: 20 LEITOS CLÍNICOS;
- Hospital do Coração de Londrina: 10 LEITOS DE UTI;
- Hospital Bom Jesus de Ivaiporã: 4 LEITOS DE UTI E 4 LEITOS CLÍNICOS;
- Hospital Regional de Ivaiporã: 10 LEITOS CLÍNICOS;
- Hospital Regional de Francisco Beltrão: 6 LEITOS DE UTI;
- Hospital São Pelizzari – Palmas: 3 LEITOS DE UTI;
- Hospital Cruz Vermelha – Castro: 10 LEITOS DE UTI E 25 LEITOS CLÍNICOS;
- Hospital Municipal – Foz do Iguaçu: 20 LEITOS DE UTI E 30 LEITOS CLÍNICOS;
- Hospital Metropolitano – Sarandi: 20 LEITOS DE UTI E 34 LEITOS CLÍNICOS;
- Hospital Santa Rita – Maringá: 5 LEITOS UTI;
- Hospital Municipal – Maringá: 10 LEITOS DE UTI;
- Hospital Municipal – Cascavel: 6 LEITOS DE UTI;
- Hospital Regional do Litoral – Paranaguá: 5 LEITOS DE UTI;
GOVERNO DO PARANÁ DECRETA LOCKDOWN APÓS REUNIÃO COM PREFEITOS
Na noite de ontem, o governador convocou os prefeitos das maiores cidades do Paraná e associações para reuniões de emergência. Para os representantes, Ratinho afirmou que “é o pior momento da pandemia neste um ano de enfrentamento da doença.”
A decisão do lockdown no Paraná pelos próximos 14 dias é para conter o contágio da Covid-19 e também evitar o colapso na rede de saúde. Nesta semana, em Curitiba, ambulâncias ficaram esperando do lado de fora de hospitais porque não haviam vagas disponíveis para receber os pacientes.
Conforme informações do governador, houve crescimento de 900% na fila de pessoas procurando por leitos da Covid-19 no Paraná, seja enfermaria ou UTI.
“Serão dias turbulentos, mas as medidas servirão para salvar vidas. Não podemos ter um colapso na saúde. Vamos vencer mais esse momento. Além disso, há muitos jovens sendo internados, o que antes não ocorria (…) é um cenário gravíssimo”, alega Ratinho.
LOCKDOWN TEM SIDO ESTRATÉGIA COMUM EM OUTROS ESTADOS
Outras cidades e estados do Brasil também estão adotando medidas mais restritivas. Santa Catarina decretou lockdown neste final de semana enquanto o Rio Grande do Sul determinou bandeira preta em todas as regiões.
Em São Paulo, o governador João Doria (PSDB) determinou a restrição entre 23h e 05h da manhã, impedindo a circulação de pessoas (com exceção dos trabalhadores nos serviços essenciais). Segundo o UOL, Doria negou o termo lockdown e apelidou a medida de toque de restrição.
No Distrito Federal, o governador Ibaneis Rocha anunciou o lockdown noturno nesta quinta-feira (26). A cidade de Araraquara (SP) está em lockdown desde semana passada. A medida foi tomada após a nova variante ser confirmada no município.
Fonte: Paraná Portal